Arquivos para 30 de November de 1999

Eu tenho inveja da minha prima. Mas é aquela “inveja branca”, de tiete, tipo aquela que dá quando você vê Celine Dion cantando e, ao mesmo tempo que acha incrível, maravilhoso, estonteante e todos os sinônimos superlativos que existam, lamenta não conseguir imitar a performance à altura. “Como eu queria cantar como ela!”, você pensa, “um dia, quem sabe, eu chego lá”.

É que ela escreve melhor do que eu. Ela é descolada, divertida, hilária e emocionante. Tudo ao mesmo tempo (ou no tempo certo). Dá vontade de ler mais e mais das coisas que ela escreve, e às vezes é só um email de “oi, ta tudo bem com você?”, e zé fini! Dá raiva! Você fica querendo mais e acabou logo ali, no “dá notícias”.

Mais raiva ainda, porque ela não se esforça pra isso, simplesmente flui dela, como águas de um rio. A danada pensa daquele jeito… vê se pode!

Foi por isso que, desde que ela me mandou (há um bom tempo) um bendito e-mail acerca das coisas do coração (mentira, era sobre minha solteirice :-P, rs…), eu pensei Continue lendo…

Olá gente, paz a todos!

Voltei com a parte 5, finalmente. Entretanto, vou avisando que logo logo terei que postar a parte 6, continuando a série, porque esse assunto é como abrir uma lata de minhocas – depois que se abre é difícil fechar.

Espero que vocês sejam abençoados. Abraço e até mais!

“Esta é uma das maiores dúvidas que as pessoas têm, e um dos maiores motivos pelos quais muitas pessoas não querem ficar solteiras – elas acreditam que nasceram para casar. Isto quer dizer que elas acreditam ser esta a sua “missão suprema”, seu propósito de vida, seu alvo. Eu mesma já ouvi não apenas uma, mas várias mulheres fazendo essa afirmação, enquanto argumentavam que Deus lhes havia confiado esta tarefa. Elas dizem: “nunca serei completa se não tiver alguém para auxiliar, porque fui criada para isto – ser a auxiliadora de um homem”. Continue lendo…

Falamos da última vez sobre o medo de ficar só por causa do preconceito, vocês lembram? Ok, mas hoje, vou falar um pouco sobre o medo de ficar sozinho por uma questão de auto-afirmação.

Vamos, primeiro, combinar que não é fácil ser cobrado pelos outros, ok? Contudo, existe algo pior do que isso, que é cobrar a si mesmo! A mais cruel exigência muitas vezes vem da nossa própria alma, a qual o diabo vem espezinhar, cutucar, questionar… Sempre que puder, ele vai fazer você se sentir errado, enganado, e sugerir que você “dê um jeitinho” com as próprias forças na sua situação. Satanás é especialista em forjar medo, e sempre vai tentar injetá-lo em nós, pintando um quadro na sua mente de que você vai acabar ficando velho, amargo e sozinho, jogado em um asilo. Continue lendo…

Bem vindo à terceira parte da nossa longa e profunda reflexão sobre ser solteiro!

Pois é gente, é duro de admitir, mas um dos maiores impedimentos à felicidade dos solteiros é esse: o medo de ficar só, vulgo “ficar para titia (o)”, ou como chamamos aqui no nordeste brasileiro, medo de “ficar no caritó”.

Eu confesso que já passei por essa fase, e testemunho que um dos maiores desafios que um solteiro enfrenta é o de vencer esse temor. Isto porque, de certo modo, estar sozinho implica muitas e muitas coisas que vão muito além da “simples” solidão, mas inclui questões de auto-afirmação, assim como o medo de sofrer preconceito. Continue lendo…

Solidão

20 de novembro de 2010 — 12 Comentários


Você pode ter pensado ao ler o título: “lá vem, mais um texto ‘Deus é contigo, você não está só'”, no entanto, apesar deste ser um tema válido e bastante útil, não é meu intuito abordá-lo por ora.

O fato é que eu percebi que a solidão é mal vista por muitas pessoas. Na verdade, pela maioria delas. Conheço pessoas que têm tanto medo da solidão, e desprezam-na tanto, que não se sentem confortáveis sequer de ir ao banheiro sozinhas, mas têm sempre que convidar alguém para acompanhá-las. Elas precisam de companhia para tudo: dormir, acordar, tomar café, trabalhar, assistir TV, orar, viver… Enfim, difícil mesmo é encarar a solidão e o seu silêncio.

Não que eu considere o isolamento a “nova forma de vida”, ou o ideal para o homem, de forma alguma. Isto seria uma tremenda heresia! Eu sei que precisamos uns dos outros, pois a Bíblia enfatiza este fato, sobretudo no Novo Testamento. Entretanto, pergunto-me como é possível que alguém seja cristão e não saiba apreciar a solidão, isto é, a ausência de companhia física por perto.

Ficar sozinho não somente muitas vezes é uma bênção, como em outras, na verdade, é uma necessidade. Não há como termos comunhão com Deus, se não tivermos momentos solitários. Bons períodos de isolamento irão nos proporcionar excelentes momentos com o Senhor, que aprofundarão o nosso relacionamento com Ele, gerando intimidade.

Deus deseja que o conheçamos de forma particular, pessoal, não apenas como os homens de terno e gravata o apresentam nos domingos à noite. Há um Deus além-púlpito, além-imposição de mãos, além-gabinetes pastorais e além-profetas.

Há um Deus que é Pai, quando procurado para o alento e suprimento do filho que estende os braços. Há um Deus que é amigo, quando precisamos desabafar e chorar no colo de alguém que nos compreenda. Há um Deus que é juiz daqueles que ousam nos afrontar. Há um Deus na solidão do nosso quarto, à espera dos nossos corações rendidos.

Jesus sabia disso. Ele aprendeu a usufruir da solidão naquilo que ela tinha para oferecer de melhor. Aliás, Jesus era especialista em aproveitar o melhor das coisas, das pessoas, das circunstâncias… Ele sabia tirar “leite de pedra”, como diriam os mais experientes, e ele é o nosso exemplo.

Sabendo, pois, Jesus que estavam para vir com o intuito de arrebatá-lo para o proclamarem rei, retirou-se novamente, sozinho, para o monte. João 6.15

Jesus recolhia-se solitariamente em cima dos montes, onde pudesse falar e só ser ouvido pelo Pai. Algumas vezes durante o dia, outras enquanto todos dormiam. Ele desfrutava de uma “solidão” muito bem-acompanhada, longe de todo o burburinho dos alvoroçados discípulos emocionados com os grandes sinais que operava e das mãos estendidas buscando o pão ou a cura. Longe das “tapinhas” nas costas daqueles que queriam agradá-lo e promovê-lo, e mais longe ainda das palavras ferinas dos fariseus que o perseguiam. Ele distanciava-se de tudo e todos, para ficar somente perto daquele que tinha todas as respostas, para todas as perguntas.

Era ali, na comunhão com o Pai, que ele se fortalecia para mais um dia de renúncia e santidade. Era no silêncio do isolamento que a voz do Espírito de Deus se sobressaía apontando o caminho dos milagres e sussurrando as revelações.

O fato é que, somente quando estamos sozinhos, temos a oportunidade de sondar os nossos corações em busca das convicções que Deus tem depositado neles. Muitas vezes, estamos sem direção simplesmente por que queremos recebê-la em frente à TV, ou enquanto nos dedicamos aos sites de relacionamento e às salas de bate-papo.

Penso que teríamos muito mais luz nas nossas vidas, se aprendêssemos a amar a solidão nos termos certos, e a cultivar esses momentos com mais zelo, tornando-os mais freqüentes e entregando-nos com mais fervor.

Lembremo-nos sempre: Deus é galardoador daqueles que o buscam (Hebreus 11.6b), não diante dos homens, mas na solidão do quarto fechado.

Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará. -Mateus 6.6

Luciana Honorata