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José NÃO era um sonhador

21 de junho de 2022 — 2 Comentários

Das verdades difíceis de engolir quando me debrucei com mais dedicação sobre o Antigo Testamento, essa foi uma das mais duras: José não era um sonhador.

Confesso que eu adorava o romantismo que cercava 99% das pregações que usam a história do adolescente invejado e injustiçado como pano de fundo para incentivar os crentes a lutar pelos seus sonhos, mas não é exatamente sobre isso a história do filho de Jacó.

É que aqui, no ocidente, sonho não é somente aquilo que acontece enquanto estamos dormindo. Também usamos essa palavra para descrever ideais, planos para o futuro, metas de grande valor e estima. “Sonhar”, para nós, geralmente soa como algo que desejamos acima da média, distante da realidade ordinária da vida que vivemos, e em alguns casos, de difícil acesso.

A Bíblia fala que José sonhou, e é isso.

Não se tratava de idealizar ou cobiçar uma alta posição política, de autoridade, ou algo do tipo, por mais que alguns de nós sejamos tentados a almejar o poder dessa forma.

Enquanto o menino dormia, Deus usou imagens em sua mente para revelar-lhe verdades sobre seu futuro e de sua família. Naturalmente, José compartilhou a experiência com os seus, e deu no que deu (você conhece a história).

Meu ponto é: nada foi idealizado por José. Tudo aconteceu à revelia de sua vontade, e se formos mais fiéis à narrativa, CONTRA ela.

Vou além: sendo zelosos com as Escrituras, admitiremos que praticamente toda a história de José é uma ode à completa dependência da graça de Deus, que se desenrola ante a sua completa impotência.

Na verdade, ao ler o relato bíblico, pude imaginar o completo desespero de um menino jogado num buraco fundo, ouvindo os próprios irmãos confabularem contra si, planejando matá-lo e, finalmente, decidindo vendê-lo como escravo.

Você consegue imaginar isso?

Tente ao menos por um momento esquecer o fato de que um dia (muitos anos depois de pesado sofrimento) ele se tornou a segunda maior autoridade do Egito, e concentre-se no fato de que José não tinha a menor ideia de como seria o desfecho da novela.

Não consigo encontrar ambição naquele menino indefeso, e acredito piamente que se pudesse ter escolhido, José teria permanecido junto ao seu amado pai, desfrutando da singela vida camponesa que levava com sua família.

Sabemos como a história se desenrolou: na casa de Potifar, o Senhor estava com ele. José serviu com excelência, foi promovido, assediado pela esposa do patrão, mais uma vez injustiçado e, em seguida, preso.

Talvez aquele menino tenha se perguntado por que passava por tanta perseguição e havia tanta desgraça sobre sua vida, enquanto permanecia fiel a Deus apesar de tudo que lhe acontecia.

No cárcere, contudo, mais uma vez a benção do Senhor sobre tudo que ele fazia o destacou, e recebeu do alto sabedoria para interpretar o significado dos sonhos de dois homens ligados ao faraó, que estavam sob seus cuidados.

A Bíblia conta que apesar de acertar a interpretação dos sonhos, José foi esquecido por mais dois longos anos na prisão, até acontecer a oportunidade de estar diante do faraó para interpretar a mensagem do Senhor sobre os 7 anos de fartura, e 7 anos de seca que sobreviriam sobre aquela região.

Nessa ocasião, José ganhou a confiança do faraó e finalmente chegou à posição que lhe fora revelada em sua juventude.

Pelo relato bíblico, aparentemente não dá pra ter certeza de quantos anos se passaram desde a chegada de José ao Egito, até tornar-se a autoridade máxima daquela terra (abaixo apenas do faraó), mas se tenho alguma certeza depois de tudo que li, é a de que José nunca almejou estar naquela posição, ela simplesmente ACONTECEU para ele, no fluxo dos planos que o Senhor tinha para mudar a sorte (ou tirar o azar) do filho mais amado de Israel.

Como eu tenho tanta certeza?

Vá lá, pegue sua Bíblia e releia toda a história. Exerça um pouco de empatia, e sinta toda a dor que ele experimentou ao rever os irmãos- que não o reconheceram.

“José se afastou dos irmãos e começou a chorar. Quando se recompôs, voltou a falar com eles”. (Gn 42.24)

Eu senti toda a mágoa represada por anos dentro daquele coração resiliente, com apenas esse verso. E não foi o único. Em pelo menos mais três ocasiões a Bíblia descreve a dor da experiência traumática de José ante o reencontro com a sua família:

Em Gn 43.30-31, quando ele revê o irmão mais novo, precisa “sair, chorar trancado no quarto e controlar-se” para continuar a falar com ele.

Gn 45.1-2 diz que quando José revelou-se para seus irmãos, ele chorou “tão alto que os egípcios o ouviram, e logo a notícia chegou ao palácio do faraó.”

Eu não sei você, mas pouquíssimas vezes na vida chorei tão alto que alguém poderia me ouvir do cômodo vizinho, quanto mais do lado de fora de casa. Acho que José estava berrando de tanta dor e desgosto.

Vou repetir: José não chorou, ele gritou. No mínimo 10 anos separavam aquele menino invejado, do homem honrado que ele se tornara.

Nessa história, honestamente não consigo ver um José triunfante como os “verdadeiros sonhadores”.

O salmo 126 descreve o que “sonha” como alguém cuja “boca se encheu de riso e sua língua de cânticos”. Não há no salmo nenhuma menção a choros descontrolados e berros.

José, pelo contrário, é retratado como alguém de luto.

O ápice da narrativa se dá no encontro com seu amado pai:

“Apresentou-se, lançou-se-lhe ao pescoço e chorou assim longo tempo.” Gn 46.29

Quanta saudade havia ali?
Quanta tristeza por tantos anos de convivência perdidos?
Quanto lamento de uma alma despedaçada pela traição e corroída pela solidão?
Quão desgastado pela injustiça e todas as humilhações que havia sofrido?

O coração de José, no entanto, era uma jóia preciosa que continha dor, sim, porém
muita generosidade. Não havia ali nenhum traço da sede de vingança, nenhuma altivez ou arrogância.

Havia DOR.

E também uma fome de reparação, de conexão, de restituição.

José não somente perdoou-os, mas abençoou sua casa de um modo inimaginável para alguns, e inaceitável para outros. Trouxe-os para perto de si, cuidou de todos, salvou toda uma geração da morte.

Há quem diga que Deus fez tudo a José propositalmente, com o fim de preservar a linhagem de Judá (que nos traria Jesus), livrando-a da morte que viria como a fome nos anos de seca.

Não consigo, entretanto, encaixar esse modus operandi no caráter do Pai que nos enviou o Cristo. Acredito firmemente que o Senhor que fez cair o maná sobre seu povo no deserto, certamente encontraria outras formas de alimentá-lo durante uma seca, mas muitos não estão preparados para essa conversa, então deixemos para outra ocasião.

O que pra mim, afinal, é inquestionável, é que o que guiou José até a sua bem aventurança, não foi seu caráter “sonhador”, mas a sua INTEGRIDADE.

Aquele menino entregou todo o seu coração em confiança àquele que era o seu Deus, e assim permaneceu, desde a cisterna, passando pela casa de Potifar, prisão e palácio do faraó, até o “lugar” de encarar os irmãos que o maltrataram de forma tão cruel e desumana.

A despeito de tudo e de todos, José foi fiel àquele que é fiel em toda a sua palavra para sempre.

Ele guardou seu coração, manteve seus princípios e agiu com a benignidade digna do próprio Deus, aquele tipo que Jesus demonstrou no madeiro quando orou, “Pai, perdoa-os, pois não sabem o que fazem”.

José tornou-se, pra mim, o maior de todo o Gênesis. Hoje eu só consigo pensar que a insistência da Bíblia em dizer que “o Senhor era com ele”, quer nos ensinar que a melhor forma de reagir ao mal sempre será mantendo-se fiel à fonte de todo o bem, o Pai das luzes.

Como eu disse, José não era um sonhador, ele era “apenas” um coração completamente rendido ao Senhor.

As coisas de alguém

22 de agosto de 2016 — 1 Comentário

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Há cerca de um ano e meio, minha vó materna foi para o Senhor, e como garantiu o apóstolo Paulo, voltou para casa sem nada levar deste mundo. Todas as suas coisas aqui ficaram, e como herdeiros legítimos de sua “grande fortuna”, nós, filhos e netos, espoliamos seus bens.

Eu herdei uma panela. (Pode rir, eu deixo, é mesmo engraçado falando assim.) Não foi só uma panela, para ser fidedigno; ficamos com uma sala de jantar, passadeiras, uma fruteira que ela colocava sobre a mesa para decorar e mais alguns itens que não faz sentido algum inventariar aqui. Mas dentre tantas coisas, eu quero mesmo é falar da panela, e só dela. Porque a bendita não tem beleza alguma, é velha, não tem tampa e, misturada com as demais que já tínhamos aqui em casa, deveria passar despercebida, mas não passa.
Ela tem bordas arredondadas e é pesada como nenhuma outra que temos aqui, e estava sempre sobre o fogão dela. Agora, cada vez que eu a vejo dentro do armário ou sobre o fogão, instantaneamente lembro de dona Corina. Ela é diferente, singular. Pertencia a ela e sobreviveu ao seu tempo aqui na Terra, mas parece sempre estar nos lembrando que não nos pertence – ou pelo menos a mim.

Eu desisti de me acostumar com a “presença” da panela e seu significado. Eu realmente achava que, passado algum tempo, ela se misturaria com as outras de modo que eu não a distinguiria mais, ou esqueceria sua origem, exatamente como acontece com o casaco que comprei e “qual foi a loja mesmo…? Deve ter sido naquela viagem.. não pera, vou lembrar, deve ter sido… esqueci”. Pensei mesmo que ela passaria a ser minha, mas depois de mais de um ano, notei que provavelmente ela nunca será e sempre trará de volta, de algum modo, a minha vó.

Tenho também um relógio que uma amiga me deu, não consigo ler as horas sem ver seu rosto quando o uso. Tem um livro que um amigo me emprestou e nunca tive oportunidade de devolver; ao sair de casa, do alto da estante, ele me cumprimenta, ainda que esteja do outro lado país. Uso uma expressão que aprendi com um ex namorado – e não conheço outra pessoa na vida que a use – e posso ouvir sua voz cada vez que o plagio. Ensino algo que um mestre me ensinou e ainda posso sentir a vibração da sua voz empolgada e o peso com que aquela verdade me atingiu no dia em que a conheci…

A questão é, que as pessoas saem das nossas vidas e algumas coisas delas ficam. Presentes, pertences esquecidos no banco de trás do carro, manias, marcas, ideias, coisas… enfim. Elas raramente vêm e vão sem “esquecer” algo no qual podemos tropeçar e lembrar quem elas foram para nós, ou ainda são.

É claro que não deixam só coisas boas, embora eu não queira, aqui, me ater às más. Porém, mais de uma vez, ao terminar relacionamentos ou me afastar de pessoas, me vi obrigada a deletar todas “as coisas de alguém” da minha vida, para que elas não me acenassem, zombando e lancinando meu coração com a dor da decepção e da frustração que me causaram. Fotografias, objetos pessoais, presentes… até o número de telefone e vínculo em redes sociais, dependendo do caso, podem ser “panelas sobre nossos fogões”, nos prendendo a pessoas e situações que já passaram e não nos fazem bem.

Eu gostaria que a minha vó soubesse disso: da sua panela na minha cozinha – a lembrança permanente que ela me traz, tornando-a viva todos os dias dentro de mim; e daquilo que ela consegue me ensinar, mesmo que já não esteja aqui, entre nós – que as coisas de alguém são um pouco da pessoa nas nossas vidas. Cabe a nós decidir o que fica.

Luciana Honorata

 

 

 

 

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“Sagrado” é uma palavra que está, ironicamente, sendo banalizada. Digo isso porque ouço o tempo todo as pessoas dizerem que isso ou aquilo é sagrado, como se dissessem que Nutella é uma delícia. Já percebeu? Para ganhar um debate, basta dizer que “tal coisa é sagrada”, sendo que é esta a coisa que você defende, ou qualquer outra à qual esteja intimamente relacionada, e uma vez dito, seu argumento se torna inquestionável.

Mas, afinal, o que é sagrado? Por que se formos parar pra pensar, as pessoas estão sacramentando tudo, desde meu bem querer (que é segredo, é sagrado, está sacramentado em meu coração) até as vacas da Índia, onde, aliás, os ratos também o são. Sagrado é o “coração de Jesus”, ou o de Maria, o manto de Nossa Senhora, o óleo ungido, o trevo de quatro folhas, o escapulário e o sinal da cruz. Sagrado é o Alcorão, a Torá, Meca, Israel, os amuletos, talismãs e patuás do candomblé, as oferendas a Iemanjá. Há quem sacramente satanás, assim, na cara dura, e ache ele um fofo. Há quem sacramente a ciência, o saber e até, pasme, Beyoncé (duvida?! Googla aí que cê acha). É sagrado o matrimônio, é sagrado o direito de expressão, a liberdade individual e a preservação da vida. Ah, estão sacramentando também o direito a tirar a vida, mas isso é tema para um próximo texto. O que nos interessa, é essa sacramentação de tudo, e se de fato ela procede.

O episódio terrorista contra a revista Charlie Hebdo reacendeu alguns debates, e este foi um deles. Já que até o Papa (que além de sagrado, é considerado infalível pelos dogmas do catolicismo), decidiu equivocadamente opinar a favor do terror (ainda que de forma velada), argumentando que “você não pode insultar a fé dos outros, você não pode zombar da fé”, pois, ao que consta nos autos do politicamente correto, a fé de alguém é algo, adivinha?, isso mesmo, sagrado! Segundo o Papa, portanto, seria errado ridicularizar quem acredita no bicho papão ou quem tem medo de reencarnar numa mosca varejeira, por exemplo. De acordo com ele, é errado expressar a sua conclusão a respeito de cultos canibalistas e ilustrá-lo de forma cômica.

Veja bem, eu não estou tentando relativizar valores morais fundamentais, como o direito à vida e à liberdade. Acredito que a maioria de nós concordamos com a legitimidade dos mesmos, embora os terroristas obviamente os ignore. Aliás, diversas culturas o fazem, a exemplo dos indígenas que matam suas próprias crianças nascidas com deficiência. Mas de acordo com o Papa e alguns relativistas culturais, o direito SAGRADO à vida dessas crianças sucumbiria então, diante do direito à fé que os índios têm de considerá-las amaldiçoadas? O que é mais sagrado, afinal?

Quando eu ouço alguém dizendo que “você não pode zombar da fé”, e usando esta declaração para justificar ou amenizar a gravidade de um atentado terrorista, lembro imediatamente de todos os vídeos perniciosos do Porta dos Fundos, dos inúmeros escárnios do movimento LGBT à fé cristã, e das manifestações pró-aborto com as vadias tripudiando publicamente de símbolos sagrados para os cristãos que ainda têm neles um pouco da sua fé, e se ofenderam profundamente com a penetração de crucifixos nas vaginas daquelas que buscam respeito usando a afronta. Quanto a nada disso o Papa jamais se pronunciou – inclusive quanto às ofensivas charges da mesma revista à Igreja Cristã.

Preciso discordar do Papa, e me perdoem os católicos por isso, mas o faço em favor da verdade. Não preciso respeitar a “fé” das pessoas, mas o seu direito de tê-la. Isso sim, é sagrado, e é esse direito fundamental que os islâmicos radicais estão tentando usurpar – querem extinguir a divergência de fé, pela força.

Para ser ainda mais clara, o nosso respeito é devido às PESSOAS, não às suas ideias, do contrário, não nos seria lícito debater pensamentos e crenças e, portanto, o nazismo ainda teria um lugar legítimo e cativo no nosso mundo, e a produção intelectual seria extinguida. Logo, se você crê que adorar ratos e vacas faz muito sentido, vou defender seu direito de crer nisso, mas me reservo o de achar bobo, irracional, hilário e estúpido, tudo ao mesmo tempo, e ainda postar no meu twitter usando de um pouco do sarcasmo que me é peculiar – nada pessoal, ta?

Mas estávamos falando do que é sagrado, e vou, finalmente ligar os pontos. É que o sagrado diz respeito à consideração, e não à substância, e a Bíblia (para mim, sagrada) nos ensina isso.

Se nos debruçarmos nas Escrituras, veremos que Deus considerava como sagrado aquilo que separava do uso comum, corriqueiro, para que fosse dedicado a ele. É por essa razão que ele mandou Moisés tirar as sandálias para que pisasse naquela terra que, segundo ele, era santa. Ela estava sendo destacada, naquele momento, como o lugar onde Deus se revelaria a Moisés, e a partir de então deixou de ser um lugar qualquer.

Também é por isso que os objetos utilizados no Templo eram consagrados antes de serem usados e, portanto, sagrados a partir daquele momento. Os talheres do Templo, por exemplo, certamente não eram feitos de um material extraterrestre (obviamente eram de metal), no entanto, desde o momento da consagração, não mais eram usados como os da nossa casa, mas com um cuidado e consideração especiais, para um propósito definido estabelecido por Deus e, portanto, sagrado. É justamente daí que vem a crença de que as pessoas que se consagram a Deus são santas: não porque têm uma substância diferente de todas as outras, ou porque sejam moralmente superiores, mas porque a Bíblia ensina que uma vez separados para Deus pelo sangue de Jesus (do grego hagios), embora sejam de carne e osso, Deus assim as considera – santos, ou sagrados, como preferir.

O que eu quero dizer, finalmente, é que de forma prática o sagrado é aquilo que você assim o considera, e não podemos exigir que o mundo, na sua pluralidade de pensamento, respeite e engula nossa fé, como se ela fosse inquestionável. É assim que fundamentalistas agem, mas não é assim que Deus ensina. É assim que os xiitas pensam, mas não é isso que a razão contempla. Para os cristãos, sagrado deve ser aquilo que DEUS diz que é, e ponto final, mas quem se importa com isso além de nós?

O papa está errado, e eu vou continuar rindo de quem tem medo de passar embaixo da escada para não ter azar e lê horóscopo. Vou continuar matando ratos e comendo vacas. Eu também não respeito a fé dos satanistas, nem sou obrigada, mas respeito a cada um deles como PESSOAS, e seu direito de adorar a quem ou o que quiserem.

Como afirmou sabiamente o apóstolo Paulo na carta aos Romanos, “tens fé? tenha-a para ti mesmo”, e conforme-se de que muitos irão discordar dela, e outros tantos irão desrespeitá-la, mas a mantenha bem guardada no íntimo do seu coração, pois é “mediante a fé que sois salvos”, e é a fé o seu escudo contra o mal deste século – talvez não o mal dos jihadistas islâmicos, que pode nos roubar a vida natural, mas certamente o mal que pode nos roubar a eternidade.

 

 

politica-e-religiaoSou cristã há quase uma década e meu círculo de amizades é maciçamente “gospel”. Entre amigos e seguidores nas redes sociais, devo ter algo em torno de quase 4 mil pessoas vinculadas a mim, e das quais tenho acesso às publicações. Ultimamente, tenho notado que posso contar nos dedos aqueles que demonstram interesse por política, muito embora nossa nação esteja vivendo um momento tão delicado nesse aspecto, em especial os cristãos.

Há um silêncio ensurdecedor por parte da Igreja, que parece se esconder atrás do “respeito às autoridades” recomendado pela Bíblia, da inevitabilidade escatológica de progressão do mal nos últimos dias, do dever de oração que pesa sobre os crentes, ou da suposta irrelevância que as coisas “naturais” têm em relação às “espirituais”, na tentativa de se esquivar da responsabilidade de, pelo menos, se posicionar em relação aos fatos que atingem diretamente os interesses da mesma.

Espio meu feed de notícias e pergunto-me se meus irmãos na fé realmente não se importam com o que está acontecendo, se não estão percebendo, ou se fazem vista grossa. É inevitável pensar que parecemos estar vivendo em países diferentes, dada a discrepância de interesses demonstrados pelas notícias que estão sendo, ao mesmo tempo, compartilhadas e ignoradas. E lamento muito – vou dizer o porquê. Continue lendo…

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Eu nunca participei de manifestação alguma na vida. Aliás, não só nunca participei, como fui crítica severa das manifestações que aconteceram em junho do ano passado – antidemocráticas nas suas raízes e métodos: atrapalhavam o trânsito, feriam o direito de ir e vir das pessoas, depredavam o patrimônio público e, e entre outros inconvenientes, não tinham uma finalidade objetiva. Desta vez, no entanto, faço questão de ir às ruas e manifestar os meus anseios, pois acredito haver uma causa objetiva e justa pela qual levantar a voz: fazer valer a Constituição Brasileira, em tudo que Dilma e sua turma estão atropelando.
Veja bem, não é porque eu odeie o PT. Na verdade, fui indiferente a ele por quase 10 anos, enquanto estava alheia a seu pacto tenebroso com a esquerda radical da América Latina, que suscitou o famigerado Foro de São Paulo. Contudo, tendo tomado ciência da verdade, e uma vez que tenho visto aonde o desgoverno deste partido está levando a nossa nação, sinto-me responsável por usar das VIAS DEMOCRÁTICAS a favor do meu país.
Clamarei por justiça, mesmo que ela não seja feita, por uma questão de consciência.
Eu não quero regresso – na minha bandeira está escrito PROGRESSO logo após a palavra ORDEM, que infelizmente não descreve nem de longe a situação que estamos vivendo. É inaceitável que uma corja de bandidos queira se apropriar da máquina do Estado para promover o retrocesso que essa

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A Verdade Sobre a Tolerância

17 de fevereiro de 2013 — 7 Comentários

521689_544518985579829_596073571_nEu não gosto de começar meus textos com definições. Eu acho brega e pouco criativo. Foi por isso que demorei tanto a escrever esse – eu simplesmente não conseguia ver outra forma de começá-lo, senão assim, com uma definição. Até que me rendi.

É que parece que as pessoas não sabem o que a palavra tolerância significa, ou esqueceram. Na verdade, tenho uma teoria um pouco mais grave: a de que perverteram esse conceito. Nos dias atuais, tolerância deixou de ser o “respeito ao direito que os indivíduos têm de agir, pensar e sentir de modo diverso do nosso”, para ser considerado como aceitar que toda crença é verdadeira.

Trocando em miúdos, para ser tolerante hoje em dia, você precisa dizer amém e achar bonito alguém venerar uma vaca, por exemplo, afinal, aquela é a “verdade” da pessoa em questão Continue lendo…

Feias Bonitas

22 de agosto de 2011 — 7 Comentários

Vou confessar algo a vocês: a habilidade que algumas pessoas têm com as palavras me fascina. O poder de expressar um pensamento de forma bela, graciosa e interessante é uma arte que faz meu queixo cair. Não conheço muito da obra da autora – Martha Medeiros – e também não sei se ela é cristã, logo, vou avisando que desejei compartilhar este texto tanto pelo conteúdo (que fala de verdades que eu mesma nunca consegui transferir para o “papel”, embora pensasse igualzinho), como pela destreza com a qual foi escrito.

Aprendi que todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das Luzes… (Tg 1.17) Me alegro quando vejo um dom de Deus sendo expressado. Espero que você também goste.

Graça e Paz… Até o próximo post!

“Se você não é nenhuma Gisele Bündchen, não há motivo para se desesperar em frente ao espelho. Quem dera ser uma deusa, mas não sendo, há chance de ser incluída no time das interessantes. Junte nove lindas e uma mulher interessante e será ela quem vai se destacar entre as representantes do marasmo estético. Perfeição, você sabe, entedia. Continue lendo…

Olá pessoal!

Eu ando sumida, assumo, mas vocês não têm ideia da correria destes dias na minha vida! Estou me preparando para mais uma viagem, e ta bem apertado para parar e escrever, no entanto, recebi este texto da Glória Kallil por email e achei tãããooo legal que não podia deixar de compartilhar com vocês. Depois dessa, duvido você achar que ser chique é bobagem!!! Show de texto, show de ideias, show de conclusão! Palmas para a Glória Kallil e para quem “pegou a visão”… Lê aí!

Abraço grande, volto em breve!!!

Lu Honorata

“Nunca o termo “chique” foi tão usado para qualificar pessoas como nos dias de hoje. A verdade é que ninguém é chique por decreto e algumas boas coisas da vida, infelizmente, não estão à venda … elegância é uma delas..! Continue lendo…

Você é normal?

1 de abril de 2011 — 2 Comentários

Oi gente!

Hoje eu vou postar um texto da Klycia que achei super interessante sobre identificação, o qual retirei do Portal Verbo da Vida. Vale a pena ler e conferir se você é normal, né? Acho que eu me senti mais normal um pouco depois que li… rs… =)

Fiquem na paz e até o próximo post!

Algum dia, você já se perguntou se era normal? Eu confesso que, às vezes, me pergunto isso. A verdade é que sempre procuramos estar dentro de um padrão de normalidade para nos sentirmos confortáveis e justificadas quanto ao que somos e fazemos. Continue lendo…

Carta aos “Apologistas”

27 de março de 2011 — 7 Comentários

Para quem não sabe, apologista é alguém que toma para si a responsabilidade de “defender a fé”, a verdade da Palavra de Deus ensinada e testemunhada pelas Escrituras sagradas.

Poderíamos dizer que todo cristão tem potencial para ser apologista, e deveria sê-lo na prática, porque é necessário que estejamos sempre alerta aos falsos mestres e doutrinas enganosas que possam surgir, sendo infiltradas de modo sutil nas nossas igrejas, fazendo-nos enveredar por caminhos que não são o da Palavra de Deus.

Bom, isto é um fato, e eu particularmente adoro ver um apologista em ação, falando ou escrevendo algo que corrija um pensamento doutrinário equivocado, ou ensine o caminho correto segundo a Palavra. Entretanto, algo tem me dado náuseas, e eu decidi expressar minha indignação quanto a isso neste texto: são os “apologistas” sem ética. Continue lendo…

Beleza Cansa

23 de março de 2011 — 1 Comentário

Então gente, já que estamos falando de beleza e da sua influência, lembrei deste artigo da coluna de Ivan Martins sobre o assunto que eu acho show de bola! Ele sabe se expressar como poucas pessoas, e fala do assunto de maneira singular. Se liga aí na argumentação dele porque é mesmo interessante. Abração!

“Vivemos num mundo obcecado pela beleza humana. Ela está na televisão, nos filmes, na capa das revistas, no balcão das lojas do shoping e no restaurante descolado, onde garçons e garçonetes parecem todos modelos.

A beleza nos é oferecida em doses enormes, em vários formatos, para todos os gostos e gêneros. Há loiras altas, morenos fortes, jogadores de pernas grossas e cantoras de barrigas impecáveis. A beleza nos enche os olhos. É um colírio grátis, permanente e intoxicante. Continue lendo…

Clichês

17 de março de 2011 — 4 Comentários

Oi gente! Voltei!!!

Depois de quase um mês de “férias” do blog, finalmente vou postar algo. É algo que vinha sempre voltando à minha mente como tema, e decidi me render. Espero que você seja abençoado!

Abraço grande!

Clichês

Houve um tempo na minha vida em que eu odiava clichês. Para mim, eles pareciam coisa de gente preguiçosa, que não sabia ou não queria pensar com a própria cabeça, que não queria construir alguma coisa original e particular. Eu fugia disso “como o diabo foge da cruz”, evitando falar ou fazer qualquer coisa muito ordinária, previsível ou óbvia demais. Continue lendo…

Tatuagens são para sempre

14 de janeiro de 2011 — 10 Comentários

O que acontece quando você muda e elas permanecem?

Peço licença para postar o texto de um homem que não se professa cristão, mas que escreveu verdades coerentes que são um alerta para nossa geração. Ele é editor geral da revista Época e escreve uma coluna semanal no site Globo.com. Fico impressionada com a capacidade de expressão que Ivan Martins usou nesse texto. Pra quem ta pensando em fazer tatoo, vai aí um ponto de vista nada quadrado, muito menos tendencioso. Grifei as partes que considerei mais show, ok? Vale a pena refletir!

“Conheço uma moça que gastou um bom dinheiro, e um bocado de tempo, tentando, sem sucesso, tirar da orelha uma tatuagem que havia feito na Índia, no tempo em que era devota de um guru famoso. Não sei por que ela queria tirar a marca, mas o que me ficou marcado, para mim, é que ela não estava conseguindo. Continue lendo…